Até a pouco tempo, esta era a situação dos circos no Brasil. Mas diversos fatores levaram a uma mudança na sua organização e administração. Com o surgimento dos grandes centros urbanos e o desenvolvimento tecnológico, apareceram também novas formas de entretenimento, como a televisão, cinema, teatro e parques de diversão. Com isso, o circo foi perdendo espaço e público. "Na verdade, o circo adaptou-se aos novos tempos da mass media. Tornou-se performático. Mas sem esquecer a maioria das atrações de antigamente."(TORRES,1998: p.45).
A primeira mudança foi na relação familiar. Agora, os pais preferem que seus filhos se dediquem aos estudos, ao invés de se dedicarem apenas à arte circense. Os pais passaram a perceber que, com estudo, seus filhos continuariam trabalhando no circo, mas agora como proprietários de uma empresa, e não apenas como artistas. Esta atitude acabou trazendo duas conseqüências: a primeira, diz respeito à visão que estes "novos empresários" têm do circo. Menos sentimentais, para eles o circo é um negócio que tem que dar lucro. A segunda é que, para suprir a demanda de artistas, já que as famílias circenses agora cuidavam da administração, surgiram as escolas de circo, que formam novos artistas. Eles não fazem parte da família. A relação é apenas de patrão e empregado. Igual a um funcionário, que trabalha em troca de salário.